Crônicas, Contos e um pouco de Poesia.

Thursday, December 27, 2007

Coração

As roldanas funcionam,
As correntes começaram a se mover,
De leve, nem se podia perceber,
Que este coração,
Finalmente começara a bater.

Branca I

Ao tocar o solo
Belo,
Floco de neve,
Nada congelou,
Tudo incendiou.

Devora-me

Devora,
Pedaço por pedaço,
No êxtase da luxúria,
Devora,
Partes inteiras,
No auge do querer,
Devora,
Toda a razão,
No auge do auge,
Devora-me.

Bate Palma

Queria ter em uma mão, o fogo
Queimar,
Explodir,
Impulsionar,
Cauterizar,
Remendar,
Desejar,
Consumir,
Queria na outra, o gelo
Apagar,
Congelar,
Paralisar,
Adormecer,
Impedir,
Reter,
Entorpecer,
E quão belo seria, um leve bater de palmas.

Agora

Beije-me agora, sem sequer pensar
Toma minha boca somente para ti,
Pegue-me com as mãos, sem sequer hesitar,
Toma o meu corpo somente para ti,
Atire-me por sobre teu corpo, sem sequer questionar,
Toma minha vontade somente para ti,
Ao todo das conquistas,
Ao breve passar das horas,
Ao somar de todos os dias,
É certo que de pouco em pouco,
Toma-me o coração.

Caos II

Bombardeiem os lares,
Queimem as praças,
Invadam os templos,
Joguem por terra,
Incinerem o ar,
Está na hora de cantar o último dia,
Está na hora de cantar o último dia,
Está na hora de cantar o último dia,
Está na hora de cantar o último dia,
E então, começar tudo de novo.

Dizeres Amargos

Existem dizeres,
Que não devem ser ditos,
Tranque-os no vão da garganta,
Impeça-os no latejar da cabeça,
Guarde-os abaixo da língua,
Vomite-os quando amargarem sua vida.

Barreira do Som

Cortando o ar,
Rompera uma barreira,
Infeliz é o homem,
Que de tão veloz,
Mau nota, a agonia das partículas separadas.

Medo

Cortou o fluxo,
Medo infalível que espreme o peito.
Rompeu os tendões,
Medo inabalável que impede o andar.
Rouba o fôlego,
Extrai da alma o que há de melhor,
E deixa nesse mundo uma carcaça amorfa.
Medo de tudo, medo do nada,
Medo no dia, medo na noite,
Medo canibal, que insiste em nos devorar.

Caos

Esse caos que consome meu querer,
Envolve-se em meu peito,
Devora meu pensar,
Entra sem ser chamado,
Toma-me pela mão,
E quando menos espero,
Joga-me de um lado para o outro,
Sem se importar, com qual órgão meu,
Irá se deslocar.